SAUDADES

Com certeza abaixo está a ilustração mais difícil da minha vida.
E quando escrevo isso não estou falando da técnica utilizada e sim do tema proposto: minha mãe me encomendou um retrato de meu pai para ela presentear a loja maçônica que estava cobrando uma imagem dele para o hall de veneráveis.
Não foi fácil pois além da concentração e racionalidade necessária para escolher a referencia, estudar os paramentos (uniforme e sua simbologia), determinar o uso das formas, cores e decidir o que deve ser valorizado e o que tem que sair para compor a imagem. O fator emocional foi muito forte, era só me descuidar um minuto e os olhos se enchiam de água. Eu amo esse cara e a saudade me derruba.
5 anos para ser mais exato e durante esse tempo eu sempre “enrolei” para concluir esse projeto, bom consegui agora controlar um pouco o batimento cardíaco e como uma apinéia gráfica mergulhei fundo … muito fundo em mim mesmo e meus sentimentos para isso.
Mas pela primeira vez não me senti sozinho durante o processo, para conseguir ser um pouco mais racional, fui discutindo os passos com as pessoas que me são mais caras: meus irmãos, minha esposa, minha mãe e meus amigos dividiram comigo essa carga emotiva.
O meu maior pesar foi ter deixado para fazer essa homenagem de maneira póstuma, pois me dói lembrar que a mais de 10 anos eu comecei a fazer esse quadro e por causa de uma briga boba (entre pai e filho) abandonei uma tela com o esboço já riscado.
Cara … ufa … complicado escrever, mas os resultados estão aqui.    clique nas imagens para ampliar.

Há três anos eu fiz um desenho para uma tatuagem a pedido de meu irmão (que ainda não me sinto preparado para fazer tb) e acabei utilizando ela para o estandarte de um grupo de DeMolay que foi fundado com o nome de meu pai, foi punk fazer essa ilustração, mas a de hoje bateu muito fundo por causa daquela tela que tinha abandonado.

Essas são apenas algumas de minhas homenagens a pessoa que me fez o que sou hoje, meu Grande Mestre … Pai acho que aprendi, saudades.

Seu filho, Fernando Mosca

  1. abril 2, 2009 -

    Muito bonito isso.

  2. abril 2, 2009 -

    Boa, meu caro! Boa! Mandou bem! A saudade q vc sente daqui é a metade do orgulho q ele sente “de lá”. Pode ter certeza! 😉

  3. abril 3, 2009 -

    Orgulho de lá e de cá também, primo! Parabéns!

  4. abril 3, 2009 -

    Lindo…Grande homenagem à um Grande Mestre…Parabéns!!!

  5. abril 4, 2009 -

    Ae Fernando, achei a vetorização realmente fantástica, tenho certeza que seu pai ficaria lisonjeado e orgulhoso. Seu trabalho é muito bom. Te desejo muita sorte pois, talento não lhe falta.

  6. abril 8, 2009 -

    Amigo Mosca, ao ler esse post fiquei emocionado, pois hoje ao voltar da faculdade veio um melodia na cabeça, sabe essas que vem assim, que vem do nada ou talvez isso seja tudo, algo que realmente vem de nossa essência. Não tenho vergonha de dizer que chorei, mais foram lagrimas do bem, emocionei feliz. Meu pai também é um mestre pra mim.

  7. abril 9, 2009 -

    Fala meu irmãozinho,

    Fiquei emocionado ao ler o post e por ver que as ilustrações são fieis ao espírito do seu pai. Seu sorriso sempre marca as minhas lembranças, assim como sua irreverência discreta de mineiro. Salve Sr. Oliveira!

  8. abril 22, 2009 -

    Ah, sem palavras!!!
    Senti o tio vivo nessa pintura… e, claro, de certa forma, você deu vida a ele eternizando sua imagem!!!!

    SAUDADE!

  9. abril 28, 2009 -

    Fê, sem comentario, a saudade fez calar minha boca e encher meus olhos de lágrima. Te amo meu irmão.
    bjos

  10. maio 31, 2009 -

    Caro Sobrinho:

    Do oriente eterno seu pai olha por vocês. Você faz parte de uma família de homens unidos por laços indestrutíveis, que superam até a transição final.

  11. junho 1, 2009 -

    Tio, a certeza desses laços indestrutíveis e as palavras e gestos de todos desta grande família comigo e meus irmãos são a prova mais que física do trabalho de meu pai e que do oriente eterno ele olha por todos nós.
    obrigado pela lição e palavras.
    seu sobrinho
    Fernando Murilo de “Oliveira” MOSCA

  12. fevereiro 24, 2010 -

    Arte é a única forma de resistência que conheço. Só a arte para o tempo. Só a arte faz a gente estar junto de novo, pela memória e pela técnica. Velinho, mergulhe na suas linhas, nas cores, nas suas memórias. Você é só isso mesmo. Parece pouco, mas é tudo. É difícil justificar o injusftificável. As pessoas morrem. Seu pai morreu. Você irá também. Mas sua arte faz parte das coisas que não morrem nunca.

  13. agosto 14, 2011 -

    Que lindo Mosca! Lindo mesmo, de verdade! Tanto a tela quanto a história, fica até mais bacana de ver quando se sabe da emoção contida ali!
    E aqui, você é a cara do seu daddy! rs

  14. agosto 16, 2011 -

    Só estou vendo essa esternação louvável agora. Mas esse tipo de manifestação nunca é efêmera. Nos ensina a todo momento. Sempre vale a pena ler de novo.

    Um grande abraço,

    Rangel

  15. agosto 16, 2011 -

    FERNANDO: COMO PODE HAVER TANTA EDENTIFICAÇÃO! TU PARECES ELE…
    ELE PARECE TU…
    DIFICIL ESSA OBRA! VEMOS QUE ELA É SENTIMENTO! É RAÍZ, É ARTE E É REAL!É COMO ESTAR COM ELE. E, É COMO ESTAR CONTIGO. BEIJO TE ADMIRO MUITO.
    UM BEIJO