Se você estiver na rua com uma lata de spray nas mãos é bom que seja de pimenta, pois para qualquer policial essa visão deve ser algo mais assustador que uma 9mm carregada. Tente entender, para a força policial não existe arte ou grafite, só vandalismo e atentado contra o patrimônio. Foram instruídos assim e agem sob essas ordens.
Em uma dessas Alexandre Orion resolveu aderir ao Reverse Graffiti. Afinal quem iria incomodá-lo por fazer arte limpando a cidade? Pois incomodaram, mas não antes dele incomodar bastante e dar um elegante tapa na cara de A a Z.
Alexandre sacou sua “arma” – um pedaço de trapo – e pos-se a produzir um painel de caveiras intitulado “Ossário” limpando a fuligem das pardes do túnel entre a Av.Europa e a Av. Cidade Jardim em São Paulo. Planejou muito bem sua ação: pensou a arte, escolheu o dia, horário e providenciou para que tudo fosse devidamente documentado e divulgado. O resultado é que a arte contestadora de Alexandre não aliviou ninguém, obrigou todos a algum nível de reflexão.
Sobre essa reflexão convido você a ler o brilhante texto de José de Souza Martins, publicado no jornal O Estado de S. Paulo.
Assista ao vídeo e tire suas conclusões.
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E por fim, como o envergonhado motorista que manda lavar o carro sujo após escreverem “lave-me” no vidro traseiro, mandaram lavar as paredes. Só que nesse caso não limparam o túnel, limparam a arte. Tarde demais, Alexandre já estava da alma lavada.
junho 16, 2008 -
excelente a intervenção, a idéia, ahora e o local. Critica ao sistema/poluição de 1ª!
melhor ainda é a reação do “seu guarda” ao ver q o cara tava era limpando a fuligem. kkkkkkk!
muito bom!
julho 29, 2010 -
[…] falamos aqui sobre reverse graffiti, mas com uma picareta é a 1ª […]
setembro 19, 2010 -
Infelizmente, a maioria da população brasileira não está educada e preparada para encarar um manifesto de forma saudável e crítica. Mas acredito que é a partir de atitudes criativas, sensatas e inofensivas como esta que começamos a libertar o conhecimento condicionado e a consciência de nós,seres humanos, responsáveis por todo o desequilíbrio natural da nossa casa, a Terra.