Limites da Arte (?)

Como arte sempre envolve expressão e interpretação a tarefa de encontrar os limites para o que é ou não é arte beira o impossível. Nela não existe unanimidade – graças aos deuses. É em uma dessas que pergunto a cada um dos oldblackers de plantão: você conhece Glitch Art? Não?
Quando eu jogava Odyssey, com pouco mais de 11 anos de idade, eu já poderia ser excluído da vanguarda artística digital pois não era capaz de perceber e interpretar o que via, com frequência, na tela do jogo como Glitch Art. Cada “tilt”, cada “deu pau” no game poderia ser o próximo Caravaggio dessa vertente artística que designa qualquer pane, forçada ou aleatória, no código fonte de um arquivo audiovisual como arte – a Glitch Art.

Produzir uma arte dessas é fácil, rápido, não requer nenhum conhecimento artístico e pode ser feito em um volume maior do que se possa imaginar. O artista norte-americano Benjamin Berg, por exemplo, já publicou mais de 1.000 desses trabalhos. Particularmente achei pouco, afinal em 4 segundos eu “produzi” uma dessas para cada uma das ilustrações da postagem “Ilustradores de Uberlândia” usando o Glitch Browser – é a arte (?) no topo dessa postagem.

O movimento está aí, só no Flicker são mais de 1.500 adeptos e 4 foruns dedicados ao assunto.
Para não parecer um purista, um chato, um quadrado ou não me sentir uma criança de 11 anos velha e fora da vanguarda vou substituir minha opinião pessoal sobre o assunto por uma pergunta aos nossos oldblackers: o que você acha da Glitch Art?

Pra fechar, imparcialmente, vou deixar um convite para o realmente interessante site de Glitch Art Beflix e postar um Picasso “tilt” version.

Glitchernica, Substance Picasso, 2008

fonte: Folha Informática